Domingo de trabalho

Speto costuma acordar muito cedo todos os dias. Por isso, às 9h15, em pleno domingo, ele já estava à postos em sua sala na Universidade Anhembi Morumbi para dar continuidade ao terceiro dia do Tanque de Ideias, última etapa do Movimento HotSpot. A primeira providência com a chegada dos selecionados foi mudar a disposição do ambiente para facilitar o deslocamento e estabelecer espaços para cada tarefa e os seus responsáveis. O conceito que eles desenvolvem tem como inspiração a música “Homem-Gol” de Jorge Benjor. Para Gigi Suleiman, candidata de música, isso a ajudou a encontrar um caminho e se inserir no grupo.” É bom sair do papo só de música. Aqui, estou escrevendo, bordando, desenhando, me expressando de outra forma diferente do som”, afirmou.

Hideki chegou carregado de compras. Antes de vir encontrar o grupo, passou no bairro da Liberdade, no centro de São Paulo para adquirir materiais e objetos que ajudariam a construírem os produtos finais. Enquanto o esperavam, os candidatos afinaram o briefing e tomaram decisões. Como todos estavam ansiosos, Manuela Yamada propôs uma dinâmica para quem fosse falar segurasse um bastão preto e a pessoa seguinte, ficasse com um bastão vermelho. Assim todos puderam ser ouvidos. “Temos de treinar a nossa fala e nossos ouvidos para poder aprender com os outros”, comentou a candidata de Ideia.

Herchcovitch também ouviu dos candidatos um objetivo relato de tudo o que pensaram no dia anterior e como estavam encaminhando cada um dos itens: da apresentação ao produto final. Quando as ideias extrapolavam, o curador de Ideia, puxava os criativos para a realidade: “Temos apenas dois dias para terminar e então não adianta querer criar um Cirque du Soleil. Por experiência própria, na hora de executar a ideia, muda tudo. É sempre um pouco menos que imaginamos por causa do prazo, do dinheiro, do recursos.”

Aos poucos o que era imaginação foi tomando forma nas salas. Lucas Leão, candidato de moda, tomava seu chocolate quente calmamente no fim do dia. “Está tranquilo trabalhar com o Speto. Achei que ia ser mais difícil. Ele fala claramente o que gosta e o que não gosta. Fica tudo muito claro”.

“Eu sou um pedreiro”, contou o músico Gustavo Cabezas. “Como não tenho aptidão para desenhar, pintar, costurar, faço o trabalho pesado”. Ele lembrou que as habilidades manuais foram herdadas do pai. “Meu pai pegava uma caixa de fósforos e transformava em uma Ferrari com controle remoto. Apesar de não gostar, quando cheguei aqui e vi tudo isso, falei: pronto, estou em casa.”

As atividades prosseguem nesta segunda-feira. No dia 30, os projetos finais serão apresentados para um grupo de curadores e jornalistas convidados.

Rogério Hideki chega com as compras de materiais para o seu grupo trabalhar.

Selecionados da equipe de Herchcovitch desenham croquis

Speto dá orientações e acompanha o desenvolvimento do seu time

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