Oiticica em Berlim

Cosmococa CC4 foi montada em Berlim e pode ser vista em exposição permanente em Inhotim. Crédito: Divulgação

Hélio Oiticica é sinônimo de arte contemporânea brasileira pelo mundo. Ele também cunhou o tema Tropicália que virou nome do movimento liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil. Sua trajetória e suas obras, agora, conquistaram Berlim.

Foram três atividades distintas: a exibição do longa-metragem, dirigido por seu sobrinho Cesar Oiticica Filho, no Festival de Berlim; a instalação relâmpago da obra Cosmococa CC4 Nocagions em um piscina pública e a da CC6 Coke’s Head Soup, no Museu Hamburger Bahnhof.

O documentário “Hélio Oiticica” com imagens e arquivos de áudio raros, recebeu os prêmios da Fipresci (Federação Internacional da Crítica), na categoria Fórum, e o Caligari entre os filmes participantes do Festival de Cinema de Berlim.

Nele, é possível ver a performance do próprio artista gravadas em rolos de vídeo Super 8 e seus depoimentos procedentes principalmente de fitas K7. Todo o material foi editado de forma frenética proporcionando um nova leitura da obra de Oiticica.

Na época de sua exibição, em 12 de fevereiro, foi aberta na piscina pública Liquidrom por quatro horas  (das 22h até 2h da manhã do dia seguinte), a instalação “Cosmococa CC4 Nocagions”, criada por Oiticica e pelo cineasta Neville D’Almeida há 40 anos. Nela, os visitantes entravam na água e podiam curtir as projeções no teto e a música de Jonh Cage feita especialmente para acompanhar a obra. Essa intervenção pode ser vista com outras quatro no pavilhão dedicado ao artista em Inhotim.

Já a CC6 está em cartaz até o dia 24 no Hamburger Bahnhof. Vale lembrar que Cosmococas é uma série de obras datadas de 1973, que constituem ambientes sensoriais com projeção de slides, trilhas sonoras e diversos elementos táteis. As obras relacionam-se com a ideia de “Quasi-Cinema” e pretendia investigar a relação do público com a imagem-espetáculo. Nada melhor do que juntar tudo isso durante um Festival de Cinema.

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