Projeto número 1000: “Hosting da Arte Urbana”

Praga, de Franz Kafka, é uma das referências do candidato João Paulo Athaíde

João Paulo Athaide está apostando muitas fichas no Movimento HotSpot. Formado em socialogia, com intensa atuação na cena underground paulistana, ele inscreveu projetos em quatros categorias. “Hosting da arte Urbana”, na categoria Ilustração recebeu o número cabalístico de 1000. Com isso, ele ganhou uma assinatura da revista Mag! Por um ano. Mas sua participação não para por aqui. Os outros projetos criados por Athaide são: “Da barra a retenção: o que teria acontecido com o fabuloso destino da Éva-Angélica?”, na categoria Filmes e Vídeos; “Punk’And’Rock Circo do Brasil”, em Música e “Laboratório de Ideias”, na categoria principal. Em entrevista ao  nosso blog, ele explica cada um dos seus projetos e fala da importância em participar do MHS. 

MHS: Como conheceu o Movimento HotSpot?

João Paulo de Athaide: Conheci o Movimento Hotspot por meio de pesquisas na internet. Também, assisti alguns comerciais  na MTV que aguçou um pouco mais o meu interesse em participar deste projeto.

MHS: Porque se inscreveu? Quais são suas expectativas em relação ao MHS?

João Paulo de Athaide:  Me inscrevi porque gostei da forma peculiar e diferente que os organizadores encontraram para produzir este ‘concurso sócio-artístico’ – no trato com as linguagens artísticas selecionadas – enquanto categorias, nos onze segmentos  estabelecidos pelos curadores. Além, claro, do aporte financeiro que virá como premiação, né? Tudo isso me deixou bastante animado para concorrer a uma vaga no tanque de ideias. Pois, quero que os projetos que inscrevi no HotSpot conquistem o seu espaço. E se para isso foi necessário eu me expor, tudo bem!

MHS: Você inscreveu 04 projetos nas categorias Ilustração, Musica, Filmes e Vídeo e Ideia. Os projetos tem alguma ligação entre si?

João Paulo de Athaide: Sim. Todos eles foram projetados pelo Laboratório de Ideias. Uma ferramenta que propõe transformar ideias em propostas e projetos sócio-artísticos, que utilizei pela primeira vez no Mapeamento Cultural da Zona Leste, na qual era colaborador. Este projeto foi realizado pelo SEBRAE em parceria com a AARCA (2008).

MHS: Sua proposta no projeto “Hosting da Arte Urbana” é trazer a arte urbana para a internet? Como isso será feito?

João Paulo de Athaide:De forma bastante simples e conceitual. Através da utilização da máquina fotográfica e de filmadoras, que serão utilizadas como uma ferramenta de captação de material artístico pelos urbanoides participantes, nas várias vitrinas urbanas sobre o underground. Depois disso, o conteúdo será digitalizado e acoplado na ‘Hosting da Arte Urbana’.

MHS: A arte urbana já tem seu espaço garantido nos museus ou ainda você a considera marginal?

João Paulo de Athaide: Veja bem, a arte urbana e/ou underground possui várias formas de expressão e tipos de impressão, não é mesmo? Neste caso, estamos falando sobre o ‘pixo’ e o ‘grafite’. Sem delongas, esta proposta incide na construção de um site para abrigar os artistas e simpatizantes deste segmento de expressão artística. A intuição é formar uma rede para conectá-los com a finalidade de interação e divulgação dos signos e dos trabalhos criados por eles.

MHS: O que é o Laboratório de Ideias que você inscreveu na categoria Ideias?

João Paulo de Athaide:O Laboratório de Ideias é uma proposta para criar ferramentas de elaboração, produção e realização de projetos e propostas, especificamente underground.  Um local onde os urbanoídes possam se sentirem menos solitários por serem outsiders manifestos, e através disso, encontrarem apoio para desenvolver suas ideias e o seu pensar artístico sobre o mundo contemporâneo e/ou pós-convencional de maneira singular.

MHS: Na categoria  Filme e Vídeo, que personificaria Eva-Angélica?

João Paulo de Athaide:Éva-Angélica é o modelo-padronizado de normalidade e moralismo estabelecido pelo establishment. Vou inverter a ordem das coisas, dando voz aos “outsider”. No filme, essa personagem é quem sofrerá os diversos abusos causados pelos vários tipos e maneiras de discriminação, dominação e opressão simbólicas, por ser considerado ‘diferente’ pelo senso-comum.

MHS: O projeto “Punk’And’Rock Circo do Brasil” é um coletivo? Como trabalhar a musica na forma transversal?

João Paulo de Athaide: A proposta é criar um coletivo denominado de “Punk’And’Rock Circo do Brasil” com endereço e sede estabelecido, no sentido de proporcionar a vanguarda do punk e rock um espaço de proposição de ideias e approach, tipo um memorial da vida e obras dos principais personagens da cena underground. E com isso, gestar um ambiente que propicie o trabalho de maneira transversal com os demais participantes. Mesmo porque, a maioria das bandas de punk e rock já opera como coletivos horizontalizados, o que falta é uma proposta que as link e promova a respectiva interação e troca de signos e experiências.
MHS: Você é formado em sociologia e estuda psicologia. Da onde vem essa veia artística?

João Paulo de Athaide: Sim. Sou formado em sociologia e estou concluindo uma pós-graduação em Psicologia Social. Da onde vem a minha veia artística é ótimo. Já fiz de tudo um pouco. Atuei e atuo como produtor artístico no teatro, na música e em manifestações sócio-políticas expressionistas. Também, já fiz pesquisa pra vídeo-documentários e escrevo bastante. Alguns textos até já foram utilizados em esquetes e peças da cena underground contemporânea. Adoro escrever em paredes também, tipo pixar e produzir lambe-lambes pra colar por aí. Mutatis mutandis, apoio alguns projetos independentes, emprestando o meu talento em elaborar e produzir projetos, mantidos por amigos e parceiros de intervenção e ações-diretas.

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