Teatro de Rua

Neste sábado, a partir das 10 da manhã, o grupo Periféricos, fará uma apresentação do seu teatro de animação, no famoso ponto de turístico de Belém, o Mercado Ver-o-Peso, como parte da programação do Festival Movimento HotSpot. O ator, diretor e escritor Rafael Couto conta nesta entrevista como será a performance e um pouco mais sobre o trabalho do grupo.

MHS: Com será a intervenção do Grupo Periféricos no mercado Ver o Peso?

Rafael Couto: A performance chama-se “O Pequeno Mercado de Sonhos Vãos” e consiste num misto de esquetes e intervenções de seres mitológicos com o cenário urbano das ruas e feiras, brincando com a relação fantástico x cotidiano, usando o encanto e a magia para desconstruir a lógica, satirizando o jogo entre as diversas máscaras sociais e a troca com o público para desvelar as diversas nuances dos atuantes desse cenário.

MHS: Como é atuar sempre na rua? Tem alguma grande diferença por causa do espaço cênico? A improvisação é maior?

Rafael Couto: Na rua, há interferências externas, seja sonora ou de pessoas. Você tem que estar atento ao movimento e público ao redor, pois o que captura os passantes e os mantém enredados à cena é o jogo direto com eles. E como as reações das pessoas são imprevisíveis, podendo até mesmo chegar ao risco de ser agredido fisicamente, o improviso e a força do jogo cênico tem que ser muito mais vivos ou então a rua te engole e a cena some no meio da multidão.

MHS: É recente a graduação em artes na Universidade de Belém. Como é essa sinergia entre a academia e arte?

Rafael Couto: Alguns dos atores fazem a graduação e outros o curso técnico. Por causa deste fator, temos que afinar bem nossas agendas para garantir os ensaios. Vejo a rua e a academia como dois polos de aprendizado diferentes, antagônicos e complementares ao mesmo tempo. Ás vezes sinto as demandas e a cultura institucional da academia consumirem e limitarem o artista, por outra, dão base, conhecimentos e vivências fundamentais para o processo criativo, obrigando o ator a sempre trabalhar diferentes aspectos e pontos de vista do fazer teatral.

MHS: Como foi a turnê “Teatro das Sombras” que percorreu seis cidades do Pará e seguirá pelo Nordeste?

Rafael Couto: Estamos finalizando nossa turnê no Pará, dia 13 de julho, em Vigia. Fizemos as cidades de Belém, Ananindeua, Castanhal, Colares, Marapanim, Barcarena e Santa Bárbara. Seguiremos para o Nordeste dia 25 de Agosto, apresentando nas cidades de São Luís, Fortaleza, Maceió, Recife, Olinda, Salvador, João Pessoa e Natal. As vivências de apresentação têm sido maravilhosas, tivemos a chance de levar o teatro para pessoas que nunca tiveram contato com essa arte, já apresentamos em ginásio universitário, praças, no meio da rua e até em meio à floresta. A troca com esses diferentes locais e pessoas enriquecem nosso trabalho e alimenta o processo criativo da peça, que escolhemos deixar sempre aberta para mudanças para que o jogo com o público se mantenha sempre vivo e verdadeiro. O mais incrível é a reação das pessoas ao nosso trabalho, confesso que me surpreendi, o público se envolve e interage com as personagens e a história de maneira a nos dar muita energia e enriquecer o nosso jogo com eles. Essa troca é a melhor das vivências dessa turnê.

MHS: Você é ator, diretor, escritor. Como é lidar com todas essas áreas? Existe um trabalho de coworking no Grupo?

Rafael Couto: Para mim, é bastante complicado. A vantagem é que um processo alimenta o outro, mas também consome tempo e energia. O segredo é dividir as responsabilidades as ações e se ver como grupo, dando apoio mútuo, cobrindo dificuldades um do outro. É imprescindível ter confiança nos nossos parceiros e saber escolher bem parcerias. O Teatro é um grande exercício de trabalho em equipe.

MHS: O que acha de realização do Festival MHS em Belém?

Rafael Couto: Fico feliz de termos uma articulação de produção que inclua nossa cidade nesse processo. A cultura precisa sempre e incessantemente ser incentivada. Essa iniciativa é importante para nossa cidade, movimenta a arte e estimula nossos artistas.

Festival Movimento HotSpot

Sexta-feira, 05 de julho

15h |
Abertura da exposição Movimento HotSpot
Local: Estação das Docas |Galpão Boulevard das Feiras

16h30 |
Roda de conversa “A cena do Pará:  de onde surge o novo? Novas identidades, processos, ideias e misturas” com Nando Lima (Estudio Reator), Waldo Squash (Gang do Eletro), Vlad Cunha (Doc Brega S/A), DJ Jaloo.  Moderação: Graça Cabral.
Local: Estação das Docas | Cine Teatro Maria Sylvia Nunes.

18h30 |
Show  Projeto Charmoso
Local: Estação das Docas | Anfiteatro São Pedro Nolasco

18h30 |
Oficina de Stencil 
com Drika Chagas
Local: Estação das Docas | Galpão Boulevard das Feiras- Espaço filme e vídeo

19h |
Roda de Conversa “Redes sociais e as mobilizações sociais”com Caio Túlio Costa
Local: Estação das Docas | Cine Teatro Maria Sylvia Nunes.

19h |
Projeto Symbiosis – Videomapping em  árvores com Roberta Carvalho
Local: Estação das Docas |Área externa

20h |
Show Luê
Local: Estação das Docas | Anfiteatro São Pedro Nolasco.

Sábado, 06 de julho

09h |
Intervenção Grafite 
com o Drika Chagas
Local: Casarão anexo do Sesc Boulevard – Av. Boulevard Castilho França.

10h |
Intervenção de Teatro de Animação
com o Grupo Periféricos
Local: Ver-o-Peso.

14h|
Visita à exposição Movimento HotSpot
Local: Estação das Docas | Galpão Boulevard das Feiras

14h |
Roda de Conversa “Outras Formas de Financiamento
com Ricardo e Mauro Matos (Site Eu Patrocino), Renee Chalu (Festival Se Rasgum) e Caio Mota (Fora do Eixo).
Local: Estação das Docas | Cine Teatro Maria Sylvia Nunes.

15h |
Roda de Conversa “A Mulher nas Artes Visuais da Amazônia”  com integrantes do Coletivo Mulheres Líquidas.
Local: Estação das Docas |Galpão Boulevard das Feiras – Espaço filme e vídeo.

16h |
Intervenção Grafite 
com o Drika Chagas
Local: Casarão anexo do Sesc Boulevard – Av. Boulevard Castilho França.

16h30 |
Sessão Cine Nangetu – 
exibição de filme seguida de bate papo: “ATÉ OXALÁ VAI À GUERRA? – Uma História de Racismo e Intolerância Religiosa
Doc/40 min./2008/ Português / Direção: Carlos Pronzato e Stefano Barbi-Cinti.
Local: Estação das Docas | Cine Teatro Maria Sylvia Nunes.

18h30 |
Show Allan Carvalho – Melodia das Ruas
Local: Estação das Docas | Anfiteatro São Pedro Nolasco.

19h |
Show Banda Strobo
Local: Estação das Docas | Anfiteatro São Pedro Nolasco.

19h |
Projeto Symbiosis – videomapping em árvores com Roberta Carvalho
Local: Estação das Docas | Área externa

20h |
Show Gang do Eletro
Local: Estação das Docas | Anfiteatro São Pedro Nolasco

21h30 |

Discotecagem DJ Jaloo
Local: Estação das Docas | Anfiteatro São Pedro Nolasco

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