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Quem chega ao Rio de Janeiro pelo aeroporto Santos Dumont se encanta com as belas paisagens naturais e ainda tem a sensação de praticamente pousar no mar. Santos Dumont não ganhou versos de Antônio Carlos Jobim, mas sua arquitetura bem que merecia umas rimas. É isto pode ser conferido no documentário “Os irmãos Roberto”, exibido recentemente no Festival “É Tudo Verdade”.
O sobrenome de Marcelo (1908-1964), Milton (1914-1953) e Maurício (1924-1996) assina, em dupla ou em trio, outras importantes obras do Rio de Janeiro como a sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o ícone do modernismo dos anos 40, o edifício Gustavo Capanema, no Centro.
No longa-metragem, se vê a beleza do prédio de desembarque e embarque de passageiros do aeroporto e também a ideia dos hangares com vãos enormes para os padrões da época. De lá, as pessoas saiam, entravam no hall principal e viam o jardim de Burle Marx como porta de entrada para a Cidade Maravilhosa. Um conjunto arquitetônico de grande impacto.
Já a para a construção da ABI, os irmãos Marcelo e Milton venceram dois fortes concorrentes no concurso para a escolha do projeto: Oscar Niemeyer e Jorge Machado Moreira. Com forte influência da escola Bauhaus, o prédio não tem janelas e sim brise-soleils, assegurando um ótimo clima em todos os andares.
Seis anos depois, já com a presença de Maurício, eles desenharam o Capanema que teve Lúcio Costa à frente de uma grande equipe formada por Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos e o próprio Jorge Machado Moreira, além da consultoria do arquiteto franco-suiço Le Corbusier.
Mesmo com essas influências externas, a obra deste trio deve ser conhecida e reconhecida por um jeito muito brasileiro de fazer arquitetura. Dê um passeio pelo Rio e confira!