“Eles São Assim. E Assim Por Diante”

Chamar de irreverente o som de Bidê ou Balde seria dar um rótulo único que não lhes cabe. No release do último trabalho, o amigo Cristiano Bastos,  os define “como  uma banda que deixa tudo menos chato e tudo muito mais divertido.”

O título do CD ajuda também um pouco a entender que “Eles São Assim. E Assim Por Diante”.  Portanto, nada de adjetivos além de dizer que este é “o álbum mais bem-produzido da Bidê até o presente momento. E, como eles mesmos brincam, o “disco progressivo ”da banda”.

Esse será o que o show de encerramento do Festival Movimento HotSpot, em Porto Alegre, na Usina do Gasômetro, neste domingo, às 17h. Antes de subir ao palco, o vocalista Carlinhos Carneiro respondeu as seguintes perguntas:

MHS: O que vão apresentar no festival?

Carlinhos Carneiro: Um apanhado de músicas dos nossos 4 discos, com várias do novo, “Eles São Assim.(…)”, algumas que o público daqui já conhece e está familiarizado, como “Me Deixa Desafinar”, “Lucinha” e “+ Q 1 Amigo”, e outras que ainda estão conhecendo e respondendo bem nos shows onde já as apresentamos, como “Mesma Cidade” e “Coisinhas Nojentas de Amor”.

MHS: Vocês já disseram que a nome da banda nao quer dizer nada…por outro lado, os nomes dos CDs também são bem criativos…como chegam a esses títulos?

Carlinhos Carneiro: O nome da banda não quer dizer necessariamente nada, quem disse isso foi o Wikipedia, não nós (e, se dissemos alguma vez, foi no clima ‘dizer uma coisa diferente a cada entrevista’ – o confundir para explicar do Chacrinha, saca?!). Ele veio dum Cut Up de ideias.

Os nomes dos discos vieram cada um de uma fonte, o primeiro disco vem de uma frase num roteiro dum filme que fizemos pra faculdade; o segundo veio de uma frase de comando/impacto que nosso ex-batera, o Pedrão, dizia o tempo todo em cima da coincidência de vários na banda fazem aniversário em outubro e os nossos discos terem sido lançados no mesmo mês (e haviam várias frases de impacto espalhadas pelo disco, retiradas de movimentos de contracultura); o terceiro título é o nome de uma música, e só virou nome de disco justamente porque achamos que o título da música soava como nome de disco da Bidê; e o quarto disco junta uma frase do meu pai com uma do escritor Kurt Vonnegut Jr., que também havia inspirado o título do EP que antecedeu esse disco.

MHS: Como é o cenário musical no sul do País?

Carlinhos Carneiro: Historicamente é rico e há diversidade. Acho que agora começa a superar um certo hiato e aparecer com coisas novas realmente legais. Houve um contratempo para esse retorno: quando as casas noturnas estavam novamente se abrindo para a música própria daqui, dando espaço e retomando o roteiro de lugares para se tocar por todo estado (como acontecia até o começo da década passada, quando surgimos), aconteceu a tragédia da boate Kiss, e após isso, muita casa foi fechada pelo descumprimento das normas de segurança (algo que já deveria ser cobrado antes – até mesmo das casas abrirem -, e talvez não tivesse causado tanto desconforto pra quem trabalha na noite e para a classe artística). Mas, aos poucos, as coisas estão melhorando, traumas se superando e tanto os espaços quanto as bandas vão se profissionalizando sem perder suas posições criativas. Que venha para bem, claro!

 MHS: O que acha de projetos como o MHS que tem premiado novos talentos musicais?

Carlinhos Carneiro: Acho uma excelente proposta! A realização de novos projetos e a projeção de novos talentos depende de propostas como essa, que também precisam de novas ideias, e portanto se encontram efervescendo cenas e novidades.

 MHS: Como vê o desenvolvimento da economia criativa no Pais?

Carlinhos Carneiro: Leis de incentivo, espaços alternativos com estruturas extremamente profissionais e propostas de crowdfunding ou de premiação como a do MHS estão mexendo as coisas na cena cultural brasileira. Claro, que isso faz muita coisa ruim aparecer e ganhar destaque (para meu gosto) desnecessário. Mas até isso me parece positivo, porque reforça o caldo das coisas boas que existem por aí para serem conhecidas e prestigiadas. Não é hora de reclamar, de perder tempo e de se queixar das condições de realizar. O momento é de se agilizar e fazer a diferença, e aproveitar que com essa ‘mexida’ existe cada vez mais espaço para ideias doidas.

Programação

Dia 26 de abril

MHS na Casa de Cultura Mário Quintana – Rua dos Andradas, 736 – Centro Histórico

16h – 20h – banca com candidatos | Local: Casa de Cultura Mário Quintana – Sala C2 * 6 idéias

14h – Intervençao Urbana Cusco – Estacionamento Gasômetro

MHS no Gasômetro  – Av. Presidente João Goulart, 551, Centro;

–       19hs – abertura  Local: Gasômetro;

–       19h às 22h – Intervenção Urbana – VJ Suave / Projeções Suaveciclo em volta da Usina do Gasômetro;

–       20h – show Wannabe Jalva

Dia 27 de abril

MHS no Gasômetro – – Av. Presidente João Goulart, 551, Centro;

–       11h00 – 13h00 – Oficina Grafite, Ilustração: Intersecções com Cusco e Ygor Marotta, sequência com oficina de grafite

–       14h30 – 16h15 – Roda de conversa : Ocupação do Espaço Público com Marcelo Rosenbaum (case AGT)  + Heloisa Medeiros (Coletivo RUA) + Representante Vila Flores + Domicio Grillo (Fora do Eixo);

–       15h30 – 17h30  – Roda de conversa Música:  Circulação, Distribuição e Alternativas de Financiamento, com Ney Hugo (Fora do Eixo) + José Flávio Junior;

–       16h15 – 17h – Oficina Marcelo Rosenbaum

–       17h30 – 21h – Apresentações bandas MHS (Gustavo Cabeza, Les Savons Superfins, Watch Out For The Hounds e Giancarlo Rufatto);

Intervenção Urbana

–       17h45 – 20h – VJ Suave/ Suavecclo – Bicicletada do Pedalegre. Grupo segue em direção à Ipanema / Zona Sul;

–       21h – VJ Suave/Suaveciclo – Projeções na Cidade Baixa/Bom Fim (local boêmio da cidade

MHS na Casa de Cultura Mário Quintana – Rua dos Andradas, 736 – Centro Históric

–       10h – 13h30 – banca com candidatos | Local: Casa de Cultura Mário Quintana  –  Sala C2 – 5 idéias;

–       14h45 às 16h15 – Roda de Conversa com Rodrigo Krug da Cliever – Criador da primeira empresa brasileira a fabricar e comercializar impressoras 3D com tecnologia própria.  |  Sala: A2B2;

–       15h – 18h30 – banca com candidatos | Local: Casa de Cultura Mário Quintana  – Sala: C2 – * 6 idéias

28 de abril

MHS no Gasômetro – – Av. Presidente João Goulart, 551, Centro;

–       14h  – Shows bandas MHS ( Dingo Bells, Musadiversa, Radio Gump);

–       17h – Show de Encerramento com a banda Bidê ou Balde;

–       18h – VJ Suave/ Suaveciclo – Projeções durante o show do Bidê ou Balde, na Usina do Gasômetro.

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