A arte como forma de contestação política

“Ai Weiwei é o máximo!” é assim que Costanza Pascolato define o multiartista chinês na reportagem especial sobre seu trabalho publicada pela revista ffw_MAG! #30. Além de homenageada, Costanza foi também curadora das reportagens da edição que acaba de chegar às bancas, escolhendo temas e pessoas que fazem parte de seu universo e que, acima de tudo, a inspiram. E não é para menos que Ai Weiwei entrou nesta lista.

No ano passado, entrou na emblemática lista das pessoas mais influentes no mundo escolhidas pela revista Time. Dentro de suas inúmeras atividades como arquiteto, artista conceitual, escultor, fotógrafo, blogueiro, twitteiro, crítico cultural, há sempre um viés político, uma forma de denunciar e protestar contra o desrespeito aos direitos humanos principalmente em seu país. Cultura, história e tradição são palavras-chave para entender as obras de Ai Weiwei.

Filho de Ai Qing, um dos mais importantes poetas chineses modernos, mudou aos 24 anos para Nova York sem falar nenhuma palavra em inglês, mas com a certeza que sua arte o faria famoso e o possibilitaria de conhecer o mundo. Atualmente, vive na China e está proibido de viajar. Foi preso por 81 dias em 03 abril de 2011, segundo as autoridades chinesas, por causa de uma dívida com o imposto de renda. Um grande movimento mundial no meio artístico foi feito para arrecadar o dinheiro de sua fiança, o que tornou seu trabalho e sua luta ainda mais conhecidos. Agora para “facilitar” a vigilância imposta pelo governo, instalou quatro câmeras em sua casa que transmite imagens de suas atividades na internet 24 horas por dia.

Para saber mais sobre o artista, vale a leitura da reportagem publicada pela ffw_MAG! #30. Quem estiver de viagem marcada para Paris até 29 de Abril pode, ainda, ver de perto sua primeira grande exposição de fotos e vídeos em cartaz no Jeau de Paume: Ai Weiwei – Interlacing.  Estão expostas fotografias que mostram a transformação urbana que acontece na China, a busca de vítimas do terremoto que abalou a província de Sichuan, em 2008,   a destruição de seu estúdio de Xangai como forma de reprimir sua arte , além dos projetos de fotografia registradas em seu blog, de fotos feitas com celulares . Esta lá também o emblemático projeto Fairytale People, apresentando em 2007, na Documenta 12, na qual Weiwei levou 1.100 camponeses chineses para Kassel e os retratou visitando a cidade e interagindo com uma realidade completamente desconhecida.

Toda essa obra foi registrada, também pela primeira vez, em um livro Ai Weiwei: Interlacing, com textos de Daniela Janser, Urs Stahel, Philip Tinari e Carol Yinghua Lu. São 496 páginas de puro deleite disponível por $40.77 dólares na Amazon

“Fairytale” 2007 1001 Chinese visitors Project for Documenta 12, Kassel, Germany, 2007 Courtesy: The artist; Leister Foundation, Switzerland; Erlenmeyer Stiftung, Switzerland and Galerie Urs Meile, Beijing-Lucerne

 

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