O que faz uma cidade ser competitiva? Para a consultoria britânica Economist Intelligence Unit, elas devem atrair dinheiro, negócios, talentos e turistas. E essas quatro qualidades aparecem em cidades como Nova York, Londres e Cingapura, as três primeiras colocadas em um ranking de 120 cidades pesquisadas.
A pesquisa denominada HotSpots mostrou que as quatro cidades brasileiras incluídas no estudo – São Paulo (62º ), Rio de Janeiro(76º) , Belo Horizonte (98º) e (102º) Porto Alegre estão bem longe de conseguirem uma boa média, ficando fora do corte de 60 principais listadas. Aliás, na América Latina, apenas Buenos Aires conseguiu entrar na lista, mas em último lugar.
As metrópoles analisadas, que concentram 29% da economia global e 750 milhões de habitantes do planeta, foram avaliadas a partir de oito categorias de competitividade e em 31 indicadores individuais. As categorias incluem a força econômica, o capital humano, a eficácia institucional, a maturidade financeira, o apelo global, o capital físico, os valores intagíveis social e cultural e, por fim, o meio ambiente com seus riscos naturais.
Mas nem tudo está perdido para o Brasil. Como são muitos os aspectos avaliados, São Paulo e Rio se destacam no item apelo global, ocupando a 38º e a 49º posições respectivamente, e ficam empatadas em 47º lugar em termos de personalidade social e cultural – ranking liderado por Zurique, que é seguida por Sydney, Nova York, Los Angeles, Madri e Londres.
Segundo o relatório, a capacidade de desenvolver e atrair os melhores talentos do mundo é a vantagem mais significativa que as cidades dos países desenvolvidos têm. Por outro lado, as cidades europeias e norte-americanas dominam a categoria de capital humano, de atrair investimentos e turistas. Por sinal, será o turismo que fará a ponte entre seu legado histórico e a conectividade global.
Outro paradoxo apontado pelo estudo diz respeito à infraestrutura e aos déficits orçamentários. As cidades desenvolvidas se preocupam em modernizar sua infraestrutura defasada e as consequências da crise global. Já para as cidades emergentes, como as brasileiras, o caminho é investir não apenas em infraestrutura, mas também em educação, qualidade de vida e liberdade pessoal, entre outras coisas, para atrair os talentos do futuro que aparecerão aqui no Movimento HotSpot.