Muito se brinca quando conseguimos entrar em sintonia com outra pessoa e ler seus pensamentos. Pura telepatia. Talvez sorte. O que parecia impossível vai ao poucos se tornando realidade em uma nova máquina chamada de iBrain, desenvolvida pela empresa californiana Neurovigil.
Sua mais recente cobaia é o físico Stephen Hawking. O autor do best-seller “Uma breve história do tempo” sofre de paralisia causada pela doença de Lou Gehrig. Hawking pode recuperar sua capacidade de se comunicar usando a força do pensamento.
Aparentemente simples, a engenhoca consiste em uma faixa presa à cabeça por um pequeno dispositivo que possui um canal que capta os sinais elétricos produzidos pelo cérebro de acordo com as atividades, pensamentos ou padrões causados por doenças. Esses pensamentos são traduzidos por um software chamado Spears, que os transforma em letras, palavras e frases.
O neurocientista responsável pelo experimento, o jovem Philip Low, de apenas 32 anos, esteve com Hawking em Cambrige, no início de abril. Ele realizou um teste no qual o escritor se imaginava amassando uma bola com a mão. O resultado conseguido pelo software foi a criação de pontos gráficos. Em entrevista ao jornal The New York Times, Low contou que não houve a reação física: “Ele não conseguiu mexer a mão de fato, mas o córtex motor de seu cérebro pode emitir um comando e gerar ondas elétricas”. O jovem cientista comemora: “Nós queríamos ver se havia alguma mudança no sinal produzido e isso nós conseguimos”.
A máquina terá ainda a capacidade de armazenamento de dados e um canal USB, para recarregar a bateria através de um computador e para a transferência dos dados recolhidos e poderá ser usada em diagnóstico de doenças como o autismo, depressão ou esquizofrenia.
Crédito: www.hawking.org.uk