A data remonta ao século 16. O local era a Alemanha. A ocupação, de chefe de contabilidade dos banqueiros e mercadores Fugger, importante família alemã. O personagem Matthaeus Schwarz. Seu hobby: ser apaixonado por roupas.
Schwarz, na verdade, foi o primeiro “blogueiro” a fotografar o tal look do dia. Como não existia na época nem internet e nem câmera fotográfica, os recursos usados foram pintura e livro.
Foram 137 aquarelas que retratam suas roupas que iniciou com uma retrospectiva de sua aparência desde a infância até os 23 anos e finalizou quando ele alcançou 63 anos. Depois, tudo foi encadernado e nasceu o “Livro Schwarz de Roupas”.
Em entrevista a BBC, Ulinka Rublack , pesquisadora de história na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, declara que as pinturas são um dos mais singulares documentos já criados na história da moda. “Naquele tempo, vestir-se apropriadamente era algo que alemães ricos viam com seriedade, mas gostar de moda por si só era considerado tolo”, comenta.
O contador parecia que sim tinha as preocupações de não exagerar, de se vestir de acordo com os padrões da época, de aceitar as regras vigentes, mas isso não quer dizer que ele não usava a criatividade para inovar e criar figurinos bem particulares.
Além disso, a moda para ele era considerada um boa ferramenta para alcançar seus objetivos. Eles as escolhia com cuidado por razões sociais e políticas. Por exemplo, para receber uma promoção ou cortejar uma mulher.
Rublack, autora de Dressing Up: Cultural identity in Renaissance Europe, lembra ainda que tanto esmero pela roupa , custava caro à Schwarz. Ele gastava a maior parte do seu salário para se “montar”.