Design como arte

A visão do design como arte e a importância da funcionalidade dos projetos estão entre as preocupações de alguns candidatos que estão selecionados da categoria Design para a fase de festivais regionais. Aqui, um de cada região do País, fala de suas expectativas e de suas inspirações para o projetos apresentados.

Região Norte

Asurini , por Rômulo Yasuo Barbosa Suzuki, do Pará

Está na faculdade de Design de Produtos e se forma este ano. Começou a participar de concursos na área de design em 2011.

“Fiquei sabendo do Movimento HotSpot através de um amigo e depois, fui incentivado pela coordenação da faculdade a participar. Encontrei nesse projeto uma nova forma de divulgação dos meus trabalhos. Espero nessa fase dos festivais, além da divulgação de meus projetos, uma maior difusão de ideias através da troca de experiência e conhecimentos ao compartilhar isso de perto com outros designers. Ao observar a iconografia utilizada pelos índios da tribo “Asurini do Xingu”, surgiu a ideia de incorporar isso ao design de móveis de forma criativa, resaltando também a necessidade do desenvolvimento de mobiliários que possuam maior praticidade em suas funções.”

Trama_Lúcido, por Nio Dias, do Pará

Autodidata como artista plástico, desde 1988 e seu trabalho transita entre arte e design. Faz faculdade de Design.

“Pela visibilidade que o Movimento HotSpot pode dar ao meu projeto. Espero poder divulgar o meu  trabalho e poder interagir com o pessoas interessadas em design bem como com os participantes. A natureza é a minha grande fonte de inspiração. Quanto à inscrição, uma amiga que é coordenadora do curso de Design de Produto/IESAM que faço me falou do movimento e que seria bom inscrever as luminárias, que era um trabalho muito bom.”

Região Nordeste

Linha Jereré, por Studio Hylé, da Bahia

Tarcisio Almeida e Thais Muniz são designers, vieram da moda e hoje desenvolvemos objetos, também. Trabalham com um olhar multidisciplinar há 3 anos.

“Temos interesse e atenção a todo tipo de projeto que possui foco interdisciplinar e envolva a criatividade como uma potencialidade de desenvolvimento. O MHS tem um pouco disso. Esperamos que os festivais seja um espaço para discussões, mostras de trabalho e crescimento profissional. O nosso projeto já existia, hoje temos um olhar muito grande no desenvolvimento de produtos e projetos culturais que possuam foco em design social. Acreditamos que o mapeamento e a apropriação das estruturas socioculturais que estão ao nosso redor podem trazer importantes soluções e novos entendimentos. A polifonia cultural é o nosso maior segredo, e precisamos nos valer dela!”

Região Centro-Oeste

Superfícies têxteis com base em crochê, por Vanessa Peixoto Cavalcante, do Distrito Federal

Graduada em Projeto de produto e Programação visual pela UnB Já participou de outros concursos. No 24º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira e o Prêmio Tok&Stok de Design Universitário 2009, teve projetos selecionados na fase anterior a da premiação. E ainda durante a graduação, participou junto com dois amigos (entre eles o Jean Mattos, também selecionado no Movimento Hotspot) do Concurso Novos Talentos do Capital Fashion Week 2006,  no qual foram selecionados e desenvolveram uma coleção.

“Vi no Movimento Hotspot como uma grande oportunidade para profissionais criativos de todo o país. Ver pessoas, que poderiam atuar em contextos bem específicos, reunidas a partir de uma plataforma nacional e tendo seus trabalhos avaliados por profissionais reconhecidos é muito interessante. Ao me inscrever, decidi estar aberta para mostrar o faço e a novas experiências, seja no Movimento Hotspot, ou no que acontecer a partir dele. Então, nos festivais regionais, espero apresentar um pouco mais dos meus projetos, interesses e experimentos e também aprender com os outros participantes. Há muito tempo admiro o potencial de construção de objetos complexos a partir dos pequenos pontos do crochê. Portanto, decidi explorar isso no meu TCC em Desenho Industrial na UnB, que resultou nesse projeto. Dentre as diversas possibilidades de uso da estrutura dessa técnica manual como referência criativa, foi visto que um bom ponto de partida seria mudar a escala dos pontos, e junto com essa, o material. Mantendo assim, a lógica de entrelaçamento do crochê na construção de uma superfície ainda flexível e que pode ser usada em novos contextos.”

 

Região Sudeste

Amplificador, por Jayme Koatz, do Rio de Janeiro

Trabalha com design desde a faculdade, há cerca de 10 anos. Em 2008, com outros dois colegas, foram finalistas do Design de Botequim com a mesa Batuque. Em 2009 e 2010, participou da equipe da Crama que recebeu os prêmios IDEA Bronze.

“Achei extremamente profissional toda a estrutura envolvida no concurso e também muito boa a seleção dos jurados. Muito plurais e abrangentes, possibilitando uma avaliação mais completa e interessante dos projetos. Porém, o que mais me motivou a participar foi o processo seletivo. A imersão é o grande desafio criativo. É uma oportunidade extremamente rica, pessoalmente e profissionalmente.

Acredito que seja um processo justo e humano de avaliação.  Por isso, quero ao participar da fase dos festivais com o objetivo ser selecionado para o Tanque de Ideias. Isso seria a cereja do bolo. Participar da imersão será tão ou mais importante quanto ganhar. É como na letra de Caetano, apenas o cheiro dessa possibilidade já “mantém sempre teso o arco da promessa”. Eu e meue dois colegas, Paulo e o Marcel, trabalhamos juntos na Crama e temos um consenso a respeito de dois assuntos. Música e cerâmica. O contraste do perfeito, do som cristalino e límpido, com a irregularidade orgânica e única da cerâmica. Por mais perfeita que seja a forma, modelada à mão ou em um molde, cada queima de cerâmica é única.”


Região Sul

Invasion, por Chico Santos, do Paraná

Define seu trabalho mais voltado a arte do que ao design. Tem se dedicado a criação de obras contemporâneas e percebeu a importância da conexão do designer/arte.

“Por ser um concurso nacional envolvendo trabalhos do Brasil inteiro, o Movimento HotSpot pode me inserir em um novo  mercado. Nos festivais regionais, espero ver
a integração dos trabalhos e essa interação com os demais participantes, esse convívio pode acarretar em novos projetos. O crescimento urbano nos grandes centros brasileiros sempre me instigou, por ser uma ação agressiva e ao mesmo tempo silenciosa. Criei assim essa metáfora visual, essa ficção, estou confeccionando essas miniaturas a mais de 3 anos, e transformado elas em vídeo, foto, esculturas e agora produto.”

 

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