O curador Valter Nu orienta os músicos para a criação das trilhas.
Em uma das salas da Universidade Anhembi Morumbi, o som corre solto. Do lado de fora, se ouve melodias diversas. Do lado de dentro, músicos finalistas do Movimento HotSpot, Dibigode, Strobo e Projeto Charmoso se revezam nos instrumentos em um perfeita jam session. Gigi Suleiman e Gustavo Cabezas, outros músicos classificados, participam dos outros grupos de trabalho.
Ali, eles estão criando três trilhas distintas: um erudita, uma popular e uma terceira mais híbrida que serão usadas na noite da premiação, no dia 31 de julho, no Memorial da América Latina.
“Estamos em uma fase em quem todos podem improvisar e criar os mais variados sons”, explica o produtor musical e DJ, Valter Nu que está liderando o grupo. “É fácil trabalhar com esta galera, pois todos conhecem bem música e tem uma excelente formação musical”.
Nanna Reis, a vocalista do Projeto Charmoso, é a única mulher do grupo e brinca: “Aqui é o contrário. É bendita ao fruto do vosso frente”. Vinda de uma família de músicos, não entra neste papo sexista. Para ela, o mais importante é quebrar o preconceito que ainda existe com relação a ritmos desconhecidos. “Em Belém do Pará, onde vivo, há muito o que chamamos de música de fronteira, então peguei essas influências e as outras do meu parceiro Pro.efX e colocamos todo mundo para dançar.” O grupo se apresenta com uma banda de cinco músicos que também participam do Tanque de Ideias.
Tendo a música instrumental como base, o pessoal da Dibigode também está bem tranquilo nesta tarefa de criar em conjunto. “Sempre emprestamos as nossas músicas para servirem como trilhas de filmes e documentários”, explica o baixista Antônio Vinícius. “Temos muita liberdade de criação e de divulgação do nosso trabalho. Porém, desde que resolvemos nos profissionalizar, nos disciplinamos a ensaiar e produzir todos os dias com data e hora marcadas”. Ele acabaram de voltar de uma turnê nos Estados Unidos onde fizeram mais de 20 shows e vieram direto para o Tanque de Ideias do MHS.
Com esse background, Valter está deixando o processo bastante livre sem qualquer preocupação ainda em gravar ou escrever as melodias em partituras. “O desafio lançado é ter em mente que se é um músico viajando pelo mundo e se apresentando com diferentes bandas ao longo do percurso”.
O resultado final só será ouvido na próxima quarta-feira.