O modelo de calçada portuguesa que embeleza as ruas de Lisboa e que chegou ao Rio de Janeiro, foi tema de um artigo do jornal britânico Financial Times. Edwin Heathcote, crítico de arquitetura e design afirmou que ele é “monumento de beleza” urbano
“A visão de padrões maravilhosos em forma de ondas, que parecem refletir a natureza tão próxima da água de uma cidade que, no passado, foi destruída por um terremoto” é um dos exemplos de que a beleza permanece nos grandes centros urbanos e que apenas tem de ser olhada com outros olhos, defende o arquiteto .
Com uma certa melancolia, Heathcote defende que “parecemos ter perdido o talento para criar cidades bonitas”. Ele lembra que cidades como Paris, Vienna ou Sydney foram planejadas para serem bonitas, mas que se tornaram belas por motivos diferentes como o local em que foram erguidas, a integração com a natureza e até pela mão dos homens que construíram edifícios vibrantes e cheios de luzes.
O único problema é que muitos arquitetos tem se preocupado com a beleza e esquecendo da funcionalidade dos prédios. O importante, segundo ele, é encontrar o meio-termo.
“Talvez devessemos, em vez disso, procurar a beleza a um nível ‘micro’. Dessa forma podemos conseguir encontrar coisas belas até nas mais cinzentas metrópoles”, afirma Heathcote. “Passar por um beco escuro e estreito e chegar a uma pequena praça com uma fonte. Ver uma rua a transformar-se lentamente num mercado ou num parque de diversões ao ar livre. Essas são as verdadeiras emoções do urbanismo”.