Um recorde. Foram 120 milhões de dólares pagos pelo quadro “O Grito”. A obra-prima do norueguês Edvard Munch é agora a peça mais cara vendida em um leilão de arte. E não era por falta de oferta. O leilão de Arte Impressionista e Moderna da Sotheby’s contou com excelentes obras de Picasso, Dali e Miró.
O lance inicial era em torno de 80 milhões de dólares, mas dois corretores competiram via telefone por 15 minutos até chegarem ao preço final a 107 milhões de dólares, ou 119.922.500 dólares incluindo a comissão. Quem levou, fez o gênero low-profile e não quis se identificar.
Por precaução é melhor mesmo manter o anonimato. O quadro que possui 4 versões originais já foi roubado duas vezes. A primeira, em 1994, em plena luz do dia da Galeria Nacional de Oslo. Os ladrões pediram resgate ao governo norueguês que se recusou a pagar o valor pedido e contou com a ajuda da Scotland Yard para prender os bandidos. Dez anos depois, a versão exposta no Munch Museum foi roubada em um assalto à mão armada. Foram dois anos de busca até o quadro ser encontrado e depois de restaurado, voltar a ser exibido no museu.
Adepto do impressionismo, Munch pintou “O Grito” em 1893. A obra representa uma figura meio andrógina em um momento de profunda angústia e desespero existencial. Junto com Mona Lisa, de da Vinci é considerada um ícone da arte moderna. E como tanto virou referência para filmes de Hollywood como Pânico na qual o assassino Ghostface se esconde sob uma mascara inspirada no quadro; em séries de TV, como Os Feiticeiros de Waverly Place, da Disney, em desenhos animados com Looney Tunes de Volta a Ação e duas vezes na série Os Simpsons que satirizou o episódio dos assaltos.
Para o leiloeiro da noite, Tobias Meyer, que deve ter embolsado um belo cachê, o quadro “vale cada centavo que o colecionador pagou”. Será que vale mesmo? Qual o valor justo e possível para uma obra de arte? Aliás, arte tem preço? Parece que sim e na casa de milhões de dólares.