Há dois anos, a fotógrafa Haley Morris-Cafiero faz autorretratos como crítica a forma que a sociedade vê corpos fora do padrão. Na série “Wait Watchers”, ela procura locais com muitas pessoas, coloca sua câmera no automático, faz alguma ação banal e depois, na revelação, ressalta as reações dos outros.
Como coordenadora de fotografia do Memphis College of Art descreve o projeto como “um experimento social que registra a reação do outro” ou como “um barômetro da sociedade”. São pessoas fazendo caretas, rindo, lançando olhares de desaprovação.
Com relação aos direitos autorais, ela diz que se baseia na liberdade de fotografar em espaços públicos e usar as imagens com propósitos artísticos, sem cunho comercial.
Em entrevista ao jornal “O Globo”, Haley justifica seu projeto: “O que faço é devolver o olhar para o estranho ao virar minhas lentes para ele. Não posso ter certeza sobre o que representam os olhares dos outros. Só porque sei que duas pessoas estão debochando do meu peso, já que comentaram alguma coisa enquanto passavam por mim, não tenho como saber o que todo mundo está pensando. Apenas mostro as imagens e espero que o espectador tire suas próprias conclusões.”