Se tudo é efemêro, talvez esse conceito também possa ser usado para arquitetura. Claro que sempre pensamos em grandes construções com materias sólidos e duradouros. Por isso, ao conhecer o trabalho do arquiteto japonês Shigeru Ban que usa papel e ainda cria para regiões atingidas por desastres naturais ficamos pensando que tudo é possível quando se tem criatividade e boa vontade.
Ban esteve no Rio e Janeiro para participar da Arq.Futuro – evento semestral que discute o futuro a arquitetura – e contou como consegue juntar em um mesmo projeto a tradição construtiva oriental, as necessidades do mundo moderno e o materias como madeira, têxteis e papéis.
Um dos seus mais ousados projetos foi o Centro George Pompidou, em Metz, na França. Para sua construção, o arquiteto morou por seis anos no teto do conjunto cultural em Paris em uma casa-escritório feita de papel.
Usando o mesmo material, em 2011, em Átila, na Itália, construiu uma sala de concertos para ajudar a retomada das atividades ligada à música. Dois anos antes, a cidade havia sido atingida por um terromoto e durante a reunião do G8, ocorrida no local, o governo japonês presentou a cidade com o projeto feito por Ban.
No Japão, onde vive, desenvolveu diversas soluções para sanar os problemas dos desabrigados do terremoto e tsunami que atingiu a costa nordeste em março de 2011. Usando papelão, bambu e madeira, pode dividir espaços para as famílias alojadas em ginásios e em seguida, iniciou a construção de containers como moradias provisórias.
E o Brasil pode entrar na mira dos projetos deste criativo. Ban se prontificou a dar uma solução para toda a madeira illegal apreendida no Pais – cerca de um milhão de metros cúbicos nos últimos três anos, segundo o Ibama – para fazer escolas, creches e centros comunitários. Ele voltará para cá para participar da Rio+20 e dará continuidade a essa ideia.
O arquiteto Shigeru Ban voltará ao Brasil para participar da Rio+20 – Crédito: Divulgação- Arq.Futuro