Tecido baseado em vaga-lumes quer fazer esportistas brilharem no escuro

Estudante testa tecido para roupas esportivas que brilha dependendo da perfomance do atleta. Crédito: Juliana Ribas Chaves

De acordo com a origem grega, biomimética é a imitação da vida.  Na ciência, é a área que tem por objetivo o estudo das estruturas biológicas e das suas funções, procurando aprender com a natureza e utilizar esse conhecimento em diferentes aspectos. Em termos práticos, copiar a pele de peixe para fazer o nadador Michael Phelps bater recordes; criar tintas e materiais que repelem água, como a flor de lótus; desenvolver agulhas que não doem como os ferrões de mosquito. O primeiro produto que nasceu do biomimetismo foi o velcro. Na década 40, o engenheiro George de Mestral inventou este material observando uma espécie de semente de grama com espinho que prendia o pelo do seu cão e, a partir daí, disseminou o conceito.

Essa introdução toda é porque o assunto interessa à comunidade do Movimento HotSpot e ainda vamos falar muito disto por aqui. Pois, na categoria Ideias, é um dos temas abordados e na Moda, já tem um projeto inscrito: “A corredora vaga-lume: Performance com energia”, da carioca Juliana Ribas Chaves.

Juliana conta que aprendeu sobre biomimética no quinto período da faculdade e quis juntar suas duas paixões, a corrida e a moda, em um projeto pioneiro: construir um tecido para fabricar roupas esportivas baseado no brilho do vagalume. Ela quer imitar o processo de enzima e o catalizador que o possibilita brilhar e fazer o mesmo com a roupa, sendo que o indivíduo será a célula, o tecido, a enzima e o suor, o catalizador dessa ação. Se funcionar, quanto mais o indivíduo correr e provocar calor, mais luz ele produzirá.

“Todo atleta quer brilhar”, comenta a entusiasmada estudante. “Melhor ainda se ele puder brilhar devido ao esforço da sua performance, produzindo com a reação a luz própria, tal como um vagalume faz. Além disso, o fato de brilhar, protege o atleta em corridas noturnas e caminhadas por trilhas escuras”.

Para ela, vencer o Movimento HotSpot significa a chance de realmente ver o tecido existir, pois ainda está em fase de pesquisas. Juliana tentou se inscrever no Simpósio do College de Minnesota de moda e saúde, mas não conseguiu pois não tinha o tecido pronto. “Com o MHS, eu vi a chance de fazer isso acontecer pensando na economia criativa e no desenvolvimento de ponta voltado para uma dobradinha maravilhosa que é o esporte e saúde.”, conta. “ Acho que o Brasil precisa mais disso”. Nós também achamos!

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